Para Rogério Jacintho da Costa, avanço da tecnologia trará segmentação, massificação e mudanças em produtos, obrigando corretores a se adequarem.

O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) conquistou, em abril, a adesão de Rogério Jacintho da Costa para o seu quadro associativo. Experiente corretor de seguros, com 30 anos de atuação na área, ele tem sua corretora instalada na zona Norte da capital, mas possui clientes em todo o país. Hoje, o seguro de automóvel responde por metade de sua carteira e a intenção é diversificar. “Além de residencial e empresarial, também estou focando em saúde e vida”, diz.
Com muitos amigos em comum entre os associados do CCS-SP, Jacintho conta que sempre ouviu falar da entidade e também viu nas mídias matérias e vídeos a respeito. No dia da sua apresentação como associado, durante almoço do CCS-SP, ele revelou o sentimento. “Sinto que aqui estão os corretores mais experientes e influentes. Por isso, minha expectativa como novo associado é somar, aprender, absorver e contribuir um pouco com o nosso mercado”, diz.
Visão da corretagem
Sobre o futuro da profissão, Jacintho vislumbra um cenário um tanto preocupante. E não é apenas por causa da crise econômica, mas, principalmente, pelo avanço da tecnologia. “As plataformas estão extinguindo o intermediário na negociação em diversos mercados, inclusive no de seguros”, diz. Na sua visão, a tecnologia pode transformar a corretagem de seguros, eliminando muitos profissionais. “Poucos vão sobrar para contar a história”, prevê.
Apesar da visão pouco otimista em relação ao futuro, Jacintho enxerga saídas para a situação. Uma delas é a segmentação da produção. Se no passado a demanda era por corretores generalistas, hoje, na sua opinião, a especialização é necessária para a sobrevivência profissional. “Precisa voltar o foco para a segmentação, para a especialização em uma linha. O corretor deve achar seu espaço, porque tem mercado para todo mundo”, diz.
Outra saída para o corretor, segundo o novo associado, é a adequação às novas tecnologias e aos novos produtos. Na avaliação de Jacintho, os produtos estão em constante evolução e o corretor precisa ficar atento a isso. “Não adianta fechar os olhos e vender ao cliente os mesmos produtos de 20 anos atrás. Hoje, existem opções menos rentáveis, mas que são tendência no mercado. Então, se não oferecer, outro oferece e ele perde o cliente”, diz.
Como corretor de automóvel, ele reconhece o valor do ramo para os profissionais, apesar de prognósticos que apontam a redução do faturamento. “Muitos se preocupam, mas o automóvel ainda é o que dá estabilidade ao mercado da corretagem. O ramo está em transformações, com o uso de tecnologia e muitas novidades. Se o corretor ficar no tradicional, será engolido”, diz.
Jacintho acredita que a incorporação de tecnologia ao seguro resultará na massificação como meio de viabilizar a oferta e a demanda. “O corretor precisa fazer parte desse processo”, alerta. Mas, a onda de mudanças não será capaz de alterar uma habilidade importante dos corretores, o relacionamento com o cliente. “Isso nenhuma tecnologia será capaz de alterar e este é o segredo”, diz.